domingo, 11 de agosto de 2013

Capturados 7 tubarões, dois deles agressivos

Publicado no Jornal do Commercio, em 7 de agosto de 2013.
Depois de seis dias no mar, o barco Sinuelo, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), retornou ontem com um saldo de sete tubarões capturados. Esse é o maior resultado desde que a embarcação retomou as atividades com recursos do governo do Estado.
Foram sete meses sem financiamento e o repasse, de R$ 1,8 milhão, só saiu após a morte da turista Bruna Silva Gobbi, 18 anos, no dia 22 de julho na Praia de Boa Viagem, Litoral Sul do Recife. A Secretaria de Defesa Social nega a vinculação entre a retomada do convênio e o ataque.
Dos sete animais, cinco receberam marcas e foram liberados, segundo a universidade com vida, em alto-mar. A equipe do Sinuelo encaminhou, pela manhã, um flamengo e um cabeça-chata de 2,66 metros, considerado de espécie agressiva, para estudos na UFRPE. “O objetivo da pesquisa não é a captura, e sim a coleta para estudos e a soltura em local distante da costa”, esclarece o coordenador do projeto, o engenheiro de pesca Fábio Hazin. “A morte é acidental.”
A taxa de mortalidade dessa expedição, realizada entre as Praias do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, e Pina, no Recife, é de 28%, índice considerado alto por Fábio Hazin, professor do Departamento de Pesca. Ele atribui os óbitos ao estresse da captura. “Nossa meta é atingir 0%”, informa. Para isso, o projeto adquiriu 150 hook timers, tipo de cronômetro que indica a hora em que o tubarão fisgou o anzol.
Analisando os dados do equipamento, colocado na linha, o que evita que seja danificado pela mordida do peixe, a equipe pretende planejar melhor o despesque. “Além disso, estamos fazendo inspeções noturnas para verificar se há animais capturados. Assim podemos embarcar o peixe para as análises e soltá-lo o mais rápido possível”, esclarece.
O Sinuelo é dotado de espinhéis, cabo em que são fixadas linhas com anzóis na ponta. São dois espinhéis, cada um com quatro quilômetros e 100 anzóis. Outra medida para reduzir a taxa de mortalidade é aumentar a oxigenação da água do tanque em que o animal permanece a bordo até a soltura.
Na expedição anterior, o Sinuelo fisgou três tubarões, dois tigres – espécie agressiva – e um lixa, considerado inofensivo e na lista de espécies de peixes ameaçadas de extinção. Nessa, a equipe contabilizou no total um tigre, dois flamengos, um cabeça-chata e três lixas.
O tigre e cabeça-chata receberam marcas acústica e de monitoramento por satélite, além de uma plástica com o nome da UFRPE e telefone para contato. As duas espécies são apontadas como as principais responsáveis pelos ataques, que já somam 59, com 24 mortes, desde 1992.

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